Resenha - Inferno




   
   Nome: Inferno
   Autor: Dan Brown
   Páginas: 448
   Editora: Arqueiro


                                        Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" e "O Símbolo Perdido" e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento. No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri. Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo poema de Dante, e mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.


Acho que sou suspeito para escrever uma resenha sobre um livro de Dan Brown pois tenho uma paixão especial pelo autor devido ao fato de que seus livros foram os primeiros que eu li na minha humilde vida de leitor. Porém, quatro anos depois de seu último instável livro, O Símbolo Perdido, eu (e muita gente) estava ansioso para o lançamento da próxima obra do escritor e depois de ter conferido, viciado, e me surpreendido com o livro não poderia deixar de comentar sobre o autor e a incrível e satisfatória viagem moral que foi Inferno.


Dan Brown, falar que seus livros sempre tem o mesmo estilo seria um eufemismo, por outro lado dizer que todos são iguais seria um tremendo exagero.  O certo seria dizer que o escritor norte-americano tem seu próprio sistema, ou melhor, seu próprio modus operandi de constituir suas histórias: Pegue seu charmoso e culto professor, junte-o a uma atraente e arguta personagem feminina e insira-os numa espécie de caça ao tesouro em meio a conspirações, símbolos e monumentos que levam qualquer que seja a parte turística de sua mente a loucura. Pois bem, em Inferno o escritor continua com sua escrita estável e pouco ousada e seu personagem , mesmo após 4 livros, não alcança uma parcela significativa de profundidade, mas o que é mais mágico no escritor e que fica explícito em Inferno é que nada disso importa: você está lendo um livro do Dan Brown e a sensação é  de tomarmos uma xicara de chá com um velho amigo que não vemos a anos: as mesmas manias e trejeitos são perceptíveis, mas a excitação e a familiaridade sobem  ao peito em forma de saudade e é impossível não se jogar nessa aventura.


Apesar da típica estrutura do escritor estar presente novamente durante todo o livro, Inferno começa de maneira inesperada: o esquema padrão de Dan Brown é desmembrado e difundido de modo misterioso e surpreendentemente agradável, sendo muitas vezes de uma confusão curiosa e que cria grandes expectativas quanto ao desfecho corajoso do livro. Na obra, que não nos dá um momento de descanso, não há uma construção do argumento do livro mas sim umdesconstrução decrescente das camadas do enredo e da realidade dos personagens, provendo, desde a primeira página, um ritmo constante e incansável para o leitor, ou seja, o bom e velho vício. Inferno traz consigo a usual bagagem do escritor, suas descrições e informações úteis/inúteis estão presentes o tempo todo nas descrições e cenários, a quantidade de informações é constante porém didaticamente fluida, a pesquisa como sempre é primorosa e atraentemente impecável e  a montagem do enredo é feita de maneira cirúrgica, a ponto de deixar o mais cético e atento leitor de olhos arregalados diante das revelações e reviravoltas, comuns nas obras do autor, mas que em Inferno são inseridas de modo a fazer o leitor se perder, junto com Robert Langdon, entre o real e o irreal, estabelecendo na obra uma singularidade eletrizante no que se refere ao suspense nos livros  do autor. 


"Os lugares mais sombrios do inferno são reservados àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral."



Além disso, a obra que move o argumento do enredo, A Divina Comédia de Dante Alighieri, é inteligentemente citada de modo a reproduzir um ar macabramente sombrio ao livro que faz por merecer seu título e fascinantemente utilizada não para uma já pré-construída teoria ou lenda urbana mas sim para edificar uma obra que balança os alicerces morais universais de qualquer um que leia o livro, creditando assim mais um acerto a Dan Brown, que  faz isso inserindo junto ao seu viciante enredo envolto em seu típico suspense (como inseriu em Anjos e Demonios, sua melhor obra) uma ideia não apenas interessante e curiosa, mas moral, reflexiva e acima de tudo atual, buscando algo além do que apenas aventura. 



Avaliação Geral: 5/5

2 Comentários

2 Comentários:

  1. taí um livro que tenho interesse em ler, mas não por ser fã do autor [nunca li nada dele ainda], e sim por adorar A divina comédia, de Alighieri...
    tô esperando chegar um box de Dan Brown que comprei outro dia... se eu curtir a leitura deles, decerto vou comprar Inferno pra ler tbm ^^

    http://torporniilista.blogspot.com.br/

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  2. Nunca li nada de Dan Brown. Mas quando eu soube que esse novo livro dele era Baseado no livro de Dante fiquei super afim de ler. Sua resenha estar otima.

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