Autor: Khaled Hosseini
Páginas: 350
Editora: Globo
O Silêncio das Montanhas traz como protagonista os irmãos Pari e Abdullah, que moram em uma aldeia distante de Cabul, são órfãos de mãe e têm uma forte ligação desde pequenos. Assim como a fábula que abre o livro, as crianças são separadas, marcando o destino de vários personagens. Paralelamente à trama principal, Hosseini narra a história de diversas pessoas que, de alguma forma, se relacionam com os irmãos e sua família, sobre como cuidam uns dos outros e a forma como as escolhas que fazem ressoam através de gerações.
O escritor Khaled Hosseini é um achado, a fluidez com que consegue contar uma história e a simplicidade com que passa as mais profundas mensagens na mesma são apenas umas das inúmeras qualidades do escritor, mas que permitem que suas obras sejam acessíveis a qualquer um, sem se deixar cair no pedantismo que essa pretensão pode estabelecer. Depois do emocionante O Caçador de Pipas e do elogiado Cidade do sol, o escritor Best Seller nos presenteia com algo diferente, mais maduro, e, novamente, emocionante. O Silêncio das montanhas, com sua montanha russa de emoções para com seus personagens, é um deleite melancólico para o leitor e uma obra válida por suas variações, que sobrepõem constantemente todo cenário ou personagem, dando lugar a sutis, porém significativas, emoções.
Seria errado estabelecer a obra
como apenas um enredo, assim como também o seria julgá-la como somente uma
antologia de contos, ela gravita entre esses dois meios, desalinhando seus
personagens e alinhando o que une suas histórias, a linha central, por assim
dizer. Acompanhamos nas primeiras páginas um começo comum das obras do
escritor: um menino afegão, Abdullah, nos apresenta sua vida e as pessoas
presentes na mesma, não deixando de nos influenciar com suas opiniões infantis,
mas também por outras, não raras, muito maduras e importantes para estabelecer
o esqueleto da obra. Quando fecha-se o capítulo, esperamos, sufocados, ler o
que será desse menino que acompanhamos por alguma páginas, mas a resposta não
vem tão pura ou rapidamente: acompanhamos no resto da obra toda a trajetória
dos presentes na vida de Abdullah, os que foram apenas citados para atingir
meios no primeiro capítulo, são aprofundados e, com a mesma ansiedade e apego
com o qual lemos sobre Abdullah, acompanhamos também os caminhos, escolhas,
defeitos e qualidades desses personagens não menos importantes. Edifica-se, assim, uma miscelânea de mensagens, que
juntas ,trazem até a última página, de volta ao nosso “Adão” Abdullah, uma carga poderosa de emoção, típica desse magistral autor.
"...Ela era como a poeira que se agarrou à camisa dele. Ela estava como os silêncios que se tornaram tão freqüentes na casa, o silêncio que brotou entre suas palavras, às vezes frio e vazio, às vezes grávida com as coisas que foram ditas, como uma nuvem que se encheu com a chuva que não caiu."
O Silêncio das montanhas não é um
livro para digerir por completo de uma vez só, já aviso, sua sutilidade está nos
detalhes e no que o leitor há de perceber no começo, meio ou fim, da caminhada
que todos os numerosos personagens que constituem a obra trilham. Uma viagem de
3ª classe à psique humana, com todas as suas decepções e expectativas, mas
também felicidade e aceitação, que nós, pessoas, podemos causar, seja por
capricho, feitio ou necessidade, mas sempre, seja bom ou mal, por sermos
humanos.
Avaliação geral: 4/5
O livro é fantástico, emocionante... Amo esse autor.
ResponderExcluirBjs, Isabela.
www.universodosleitores.com
Eu baixei o Kobo pro meu celular e veio alguns capítulos desse livro de graça. Comecei a ler e agora preciso comprar a versão completa :)
ResponderExcluirTe indiquei pra uma tag Ri. Beijos :*
Fiquei tentada a ler o livro, me parece muito interessante!
ResponderExcluirBeijão,
enfimepilogo.blogspot.com